Nas duas últimas semanas, a revista Istoé dedicou capas ao escândalo do metrô de São Paulo. Na primeira, obteve o depoimento de um ex-funcionário da Siemens, que revelou como era paga a propina nos governos tucanos. Na mais recente, revela o superfaturamento de R$ 425 milhões. Sabe quantos segundos esse assunto mereceu no Jornal Nacional? Ou quantas linhas ganhou no Estado de S. Paulo ou mesmo na Folha, a primeira a revelar o caso Siemens? Zero. Por que será?
27 de Julho de 2013 às 13:35
247 - Duas semanas atrás, no dia 14 de julho, a Folha de S. Paulo revelou ao País o chamado "caso Siemens". De acordo com a reportagem, a empresa denunciou um cartel na venda de equipamentos ao metrô, do qual ela própria fazia parte, e aceitou um acordo de delação premiada, para reduzir suas penalidades (leia mais aqui).
Nos dias que se seguiram, a Folha, curiosamente, tirou seu time de campo e praticamente não voltou ao assunto.
No fim de semana passado, a revista Istoé, da Editora Três, dedicou sua primeira capa ao tema. A publicação obteve o depoimento de um ex-funcionário da Siemens, que revelou até o nome da empresa que recolhia a propina, chamada MGE, que dizia agir em nome dos governos tucanos (leia aqui).
A contrapartida da propina, naturalmente, era a possibilidade de vender os equipamentos a um preço mais alto. Neste fim de semana, a nova capa de Istoé sobre o tema aponta superfaturamentos de até R$ 425 milhões no metrô de São Paulo (o suficiente para vários mensalões) (leia aqui).
Dito isso, algumas questões intrigantes:
1) por que a Folha não voltou ao assunto?
2) por que jornais concorrentes, como Estado ou Globo, não decidiram apurar o caso Siemens?
3) por que o Jornal Nacional não dedicou nenhum mísero segundo ao tema?
Cada veículo de comunicação adota seus próprios critérios. Mas o fato é que Geraldo Alckmin, ao menos junto à chamada "grande imprensa", conseguiu se blindar. Por que será?
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